A estudante Kézia Karine de Lima Alves, de 14 anos, moradora da Freguesia, morreu, sexta (15/01), após levar uma descarga elétrica ao passar com a irmã, Juliany de Lima Alves, de 15 anos, pela Praça Frei Paulo, no Tauá, depois de intensa chuva. De acordo com a tia das meninas, Cristiane Alves, as adolescentes estavam na casa de uma colega na região, no momento do temporal. Após esperar a chuva cessar, elas decidiram ir embora e transitaram pela rua alagada, na altura dos joelhos.
– Elas, sem terem a noção do perigo, pensaram que podiam ir para casa. A Kézia tropeçou e caiu, a irmã, Juliany foi ajudá-la a levantar estendendo a mão. Logo em seguida, ao segurar num poste de ferro, as duas começaram a tomar choque. Um dos coleguinhas que estava junto estendeu a mão para levantar as duas e também sofreu a descarga. Eles começaram a gritar pedindo socorro – narra a tia das jovens.
As meninas foram atendidas pelos moradores das imediações. Um deles puxou Juliany, que já estava desfalecida, levando-a para um local seguro, onde realizou massagem cardíaca. Cerca de 10 minutos depois a menina recobrou a consciência. A irmã, Kézia, não teve a mesma sorte. Segundo a tia da adolescente, ela ficou submersa e ao ser resgatada pelos populares, respirava com muita dificuldade.
Cristiane conta que o Samu foi acionado, mas só chegou ao local 40 minutos após o episódio, devido a Rua Eutíquio Soledade também estar cheia, o que dificultou o acesso à via. A equipe prestou atendimento, porém Kézia morreu no local.
Cristiane Alves relembra da sobrinha com saudades. “A Kézia era uma menina doce, engraçada, alegre. Estudava no oitavo ano da Escola Municipal Dunshee de Abranches. Era uma adolescente cheia de sonhos e desejos. Seu jeitinho doce e carinhoso conquistava as pessoas que a cercava. É triste ver uma família perder um dos seus maiores tesouros.”
Além do risco de acidente e morte, transitar em dias de chuva em locais alagados é extremamente perigoso para a saúde. A água misturada ao esgoto que transborda dos bueiros traz uma série de doenças para quem entra em contato com a água. As enfermidades mais comuns são a Leptospirose, transmitida pela urina do rato e a Hepatite A, pelo consumo de água e alimentos contaminados. O médico infectologista Edimilson Migowski alerta para os perigos de se contrair doenças após andar em locais alagados.
– É fundamental evitar o contato com a água e lama das enchentes. Quanto menos tempo ficar exposto é melhor. A bactéria da Leptorspirose penetra na pele de uma forma muito ativa, mesmo estando intacta, sem ferimentos. A taxa de letalidade é alta. A manifestação da doença ocorre de cinco dias a uma semana. Já a hepatite A é contraída ao se ingerir água e alimentos contaminados. O vírus é capaz de resistir ao processo de filtragem da água. A incubação é de 15 a 50 dias – explica Migowski.
Desde o início deste, a Defesa Civil registrou 184 ocorrências, no bairro. O dano material mais comum constatado pelo órgão foi o deslizamento de barreiras, com 69 casos. Um exemplo típico ocorreu na Rua Genebra, ao lado do número 420, no Jardim Carioca. Com o temporal, a frente do terreno desmoronou, sendo interditado pela Defesa Civil. Na Rua Setúbal, no Condomínio Figueira da Foz, Portuguesa, a ação das fortes chuvas também trouxe o barranco à baixo, sem maiores proporções para a população local.
Fonte:Ilha Noticias
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