A auxiliar de biblioteca Maria de Lourdes Rodrigues de Oliveira, 40 anos, ficou desesperada no final da tarde da última quarta-feira 29/12, quando o filho Tiago Rodrigues de Oliveira, de 3 anos, recebeu uma descarga elétrica quando passava por uma das catracas eletrônicas de acesso ao terminal São Paulo.
O menino, segundo a mãe, ficou com a mão esquerda grudada nas barras giratórias e, sem conseguir retirá-la, começou a gritar e chorar até o socorro dela e de funcionários do terminal. A criança foi levada pela mãe para o Atendimento Pré-Hospitalar da Zona Norte (PA), depois de aguardar por quase meia hora pela chegada de uma ambulância que, de acordo com Maria, não apareceu no terminal enquanto estavam lá. O garoto passou no PA por uma avaliação médica e não foi encontrado nele nenhuma anomalia causada pela descarga elétrica que recebeu ao tocar na máquina, mas o incidente deixou mãe e filho assustados.
“Ouvi falar que choques podem atingir o fígado e os ruins. Fiquei desesperada. Mas fizemos exames de sangue e urina e está tudo bem com ele”, disse Maria aliviada, mas não menos indignada. Ela contou que também acabou sentindo choque elétrico quando puxou a criança pelo braço e o livrou do equipamento energizado. Quando os funcionários do terminal apareceram para ajudar no socorro do menino, teria ouvido um deles comentar que outras três pessoas já haviam reclamado que aquela mesma catraca estava dando choque.
“Eles sabiam do problema e não fizeram nada. Só interditaram a máquina depois que meu filho levou um choque. Isso é um absurdo”, revoltou-se a trabalhadora. Ela disse que resolveu não fazer um boletim de ocorrência na polícia, mas decidiu contar o seu drama e o que considerou como descaso da administração do terminal para alertar sobre o problema, que precisa ser resolvido, até para poupar outros usuários do transporte coletivo de sofrerem o mesmo acidente.
Pelo terminal São Paulo passam diariamente 80 mil usuários. Nele os passageiros embarcam em 49 linhas de ônibus que saem da parada de ônibus coletivo. Durante o funcionamento diário 87 funcionários dão atendimento aos passageiros.
Urbes
A Urbes Trânsito e Transportes informa que os bloqueios dos terminais urbanos (Terminal Santo Antônio e Terminal São Paulo) são utilizados cerca de 40 mil vezes/dia e não há registro de ocorrências de descargas elétricas em equipamentos envolvendo usuários. Como os bloqueios são equipamentos mecânicos, com dispositivos elétrico-eletrônico com a voltagem de 110 volts, é possível que eventualmente isso possa ocorrer. Como foi o caso ocorrido no último dia 29.
A Urbes esclarece que, segundo os registros das imagens do bloqueio, o fato ocorreu às 17h21m12s e, três segundos após, as mesmas imagens registraram a mãe e a criança já afastadas do bloqueio. O bloqueio foi imediatamente fechado. A Urbes também informou que todos os bloqueios e, principalmente, os validadores passam por revisões rotineiras e preventivas. Na eventualidade de alguma avaria o bloqueio é imediatamente fechado.
Fonte:Jornal Cruzeiro do Sul
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