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domingo, 18 de outubro de 2009

Em 15 min., fogo devora casa no Portal Caiobá

“Eu morria de medo disto. Morria de dó quando via na televisão isto acontecer com as famílias que perdiam tudo. Eu sempre pensava: meu Deus, como estas pessoas vão ficar agora?”. O desabafo é de dona Doracy Gonçalves, 44 anos. Ela perdeu tudo o que tinha em um incêndio que destruiu sua residência na última segunda-feira (12). Há até uma semana, Dona Doracy morava com a filha na casa de alvenaria no bairro Portal Caiobá Campo Grande MS, e, agora, necessita de ajuda para reconstruir a casa e recomeçar.
A casa de dona Doracy ficava ali na rua Poente, número 102. Segundo os vizinhos, era bem cuidada e bonita.
Com o salário de R$ 500, ela que trabalha como auxiliar de serviços gerais em uma clínica de saúde da Capital, sempre zelou pela casa. São 17 anos no mesmo local. “Eu fui arrumando aos pouquinhos. Primeiro, eu arrumei duas peças, depois, foram o muro, os móveis, eletrodomésticos”.
Tantos anos de trabalho vieram abaixo em quinze minutos. O fogo devorou os quatro cômodos (quarto, cozinha, sala e banheiro) da casa de alvenaria. Doracy e a filha que morava com ela, agora se “acomodam como podem” na casa de três peças do filho, que fica aos fundos da antiga residência.
O Corpo de Bombeiros – que chegou cerca de dez minutos após a destruição da casa – teria dito à Doracy que a causa do incêndio foi um curto circuito. “Eu sempre tive medo disso. Chamei até um rapaz para trocar a fiação há um mês. Mas, mesmo assim, não teve jeito. Ainda não acredito. Parece que eu estou assim meio solta, nas nuvens. Ainda não caiu minha ficha”, diz.
No momento em que as chamas começaram a arder, por volta do meio-dia, ninguém estava na casa: dona Doracy estava trabalhando e a filha, Renata Gonçalves (11 anos), estava com a nora de Doracy, aos fundos. Jéssica Farias da Silva, 18 anos, desesperou-se e saiu gritando pedindo ajuda dos vizinhos. “O fogo começou na sala, que fica logo na entrada do terreno, depois, foi muito muito rápido. Em questão de instantes o fogo tomou conta de tudo”, conta a jovem.
“Ela veio desesperada: ‘Socorro, tá pegando fogo. Fogo!’”, diz o profissional de serviços gerais Valdir dos Santos, 44 anos, que mora alguns metros à esquerda da casa que pegou fogo, referindo-se ao desconsolo de Jéssica.
Ele é um dos dois homens que tentaram ajudar a moça a acabar com as chamas, mas, sem êxito. “Nós tentamos acudir. Pensamos em quebrar as portas e vidros para tentar jogar água. Mas, a água era pouca. Nós até quebramos o registro do vizinho, mas, com uma mangueira pequena, a gente não deu conta. Não tinha como a gente entrar também e arriscar nossa vida; o fogo era muito alto”, contou Valdir, que estava almoçando na hora do incêndio.
O servidor público Alessandro de Oliveira Silva, 27 anos, teve um mal-estar no serviço e pediu licença médica. Mesmo sentindo-se mal, não negou ajuda à Jéssica. “Eu vi o desespero dela e tentei de todo jeito, junto com o Valdir, deter o fogo, mas não deu. O fogo já ‘tava’ muito forte. A gente até pegou uma mangueira, mas não deu”.
Alessandro disse que a primeira viatura do Corpo de Bombeiros a chegar foi a de resgate. “Não tinha água. Como é que ia apagar o fogo. Chegou ainda uns vinte minutos depois de tudo vir abaixo”,
Fonte: midiamax

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