Mais um trabalhador foi vitima fatal de acidente de trabalho em Hortolândia na última quinta-feira (18). O pedreiro Hildenor Donisete dos Santos, de 31 anos, morador do bairro Nova Hortolândia morreu após relar em uma régua de alumínio que estava encostada em uma rede elétrica de 6.000 a 11.000 volts em uma obra aparentemente irregular no Jardim Campos Verdes.
Segundo a esposa da vitima, a dona de casa Marica dos Santos, Santos havia comentado com ela, na última segunda-feira (15), que o local que estava trabalhando era muito perigoso e que ele estava com medo por estar correndo risco de morte. “Qualquer especialista que analisar o local verá que a obra é irregular. Se não fosse meu marido seria outro trabalhador, alguém ia fazer aquele serviço, estava muito próximo à rede elétrica. Vamos tentar esclarecer tudo”, desabafou.
Outro trabalhador que presenciou o acidente tentou reanima-lo sem sucesso antes da chegada do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Segundo informações registradas no Boletim de Ocorrência sobre o caso, na hora do acidente a vítima só usava uma botina como EPI (Equipamento de Proteção Individual).
Márcia disse que seu marido trabalhava na empreiteira responsável pela obra há dois anos e que estava naquela obra há uma semana. Ainda segundo ela, ele não tinha registro em carteira.
Até o fechamento desta edição nem o dono da empreiteira, nem o dono do prédio em que o acidente aconteceu haviam sido localizados para comentar o assunto.
Outros casos
Este não é o primeiro caso de acidentes de trabalho que acontece em Hortolândia neste ano. Em abril, um trabalhador da empresa Confibra morreu tragado por uma esteira que esmagou seu corpo. Segundo informações de outros trabalhadores que atuam no mesmo setor que a vítima atuava, o acidente foi supostamente causado na troca de uma bobina da máquina. O líder teria dado ordens para que ele trocasse a peça com a máquina ligada. Mesmo depois de muitas tentativas, a Confibra não atendeu o Jornal para esclarecer o assunto. A causa da morte está sendo investigada pelo Ministério do Trabalho.
Em março, um operário da construção civil morreu após cair do 9º andar de um prédio que estava em construção no bairro São Luiz. Ele não usava equipamentos de segurança individual. Além disso, a obra não tinha bandeja de proteção – estrutura que protege o trabalhador caso ele caia; não possuía chefe de segurança, que é um funcionário específico para fiscalizar o uso dos equipamentos de proteção; e não tinha composição de Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidente). A construtora alegou, na ocasião, que a perícia técnica realizada no local constatou os equipamentos de segurança estavam de acordo com as normas de segurança do trabalho.
Além de Hortolândia, outros casos de vítimas fatais por acidente de trabalho aconteceram recentemente em Americana e Campinas.
Fonte: Pagina Popular 22/07
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