Pintor pega fogo após levar choque de 13 mil volts

O pintor José Marcelino Paes, 31, sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus após ser atingido por uma forte descarga elétrica enquanto realizava um serviço em um prédio comercial na região central da cidade, ontem de manhã (6). Cerca de 60% do corpo dele foram atingidos pelas chamas e seu estado de saúde é grave.
De acordo com informações da Polícia Militar, o acidente aconteceu por volta das 11h30 na rua Campos Salles. José estava na cobertura do prédio e utilizava um rolo com cabo de metal medindo cerca de dois metros para pintar a fachada do imóvel quando encostou a ferramenta em um fio de alta tensão de mais de 13 mil volts.
A corrente elétrica seguiu pelo cabo do rolo e chegou às mãos do pintor, que foi arremessado para trás. O choque foi tão intenso que o corpo de José se incendiou quase que instantaneamente. Não se sabe se ele utilizava luvas.
“Estava trabalhando na casa ao lado do prédio quando ouvi uma explosão muito alta. Quando olhei para cima, vi ele em chamas e gritando por socorro. Pareceu até coisa de cinema”, relata o metalúrgico Jamiro Pinheiro de Souza, 62.
“O barulho da descarga elétrica e o pico de luz me chamaram a atenção. Saí correndo na rua para verificar e vi o homem pegando fogo no telhado do prédio. Subi as escadas e tirei a camiseta dele, que já estava toda destruída pelas chamas. O acalmei e orei com ele para que tudo ficasse bem”, conta o pastor Aílton de Souza, da Igreja Assembleia de Deus, localizada pouco mais de 50 metros do local do acidente.
Testemunhas acionaram o Corpo de Bombeiros. Rapidamente, o local foi isolado. José recebeu os primeiros socorros ainda na cobertura. Já enfaixado, foi colocado em uma maca, que foi baixada ao chão. O prédio tem pouco mais de dez metros de altura. Antes da remoção, funcionários da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) cortaram a energia da rua para evitar novo acidente durante o resgate.
“Ele sofreu queimaduras nos braços, tronco e face. Apesar disso, estava consciente e orientado. O socorro foi delicado porque não podíamos manter contato físico em virtude dos ferimentos, mas aplicamos o hidrogel para auxiliar no tratamento e conseguimos resgatá-lo com sucesso”, afirma a tenente Lurela Tamião.
José foi levado por uma viatura do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital das Clínicas e, em seguida, encaminhado à UTQ da Santa Casa (Unidade de Tratamento de Queimados). Segundo apurou a reportagem do Jornal Diário, os ferimentos foram graves e ele corre risco de morte.
Peritos do IC (Instituto de Criminalística) estiveram no local do acidente e devem emitir laudo técnico sobre o caso no prazo de 30 dias. O caso, registrado como acidente de trabalho, é investigado pelo 3º DP.
Fonte: Diário de Marília 07/06