Um incêndio numa residência do bairro Fornazari, em Votorantim, deixou uma família apenas com as roupas do corpo. O acidente, causado por um curto circuito na rede elétrica, ocorreu na madrugada de segunda-feira, (23/08). A dona-de-casa Lígia Emanuelle Pereira, de 26 anos, seus três filhos e um sobrinho, todos crianças, acordaram com as chamas, mas conseguiram se salvar. O fogo tomou conta do local em poucos minutos. Agora a família vive um drama, depende de solidariedade para viver, pois não tem documentos, roupas ou comida.
Lígia, que é viúva, contou que dormia com um sobrinho na sala da sua casa, na rua Paschoal Gerônimo Fornazari, quando foi acordada, por volta das 5hs, pela filha mais velha, Maria Eduarda, de 8 anos. “Quando me dei por mim e fui no quarto das crianças, as chamas estavam alcançando o colchão. Os meus três filhos dormiam juntos na cama de casal. Só tive tempo de puxá-los pelos braços”, detalhou ela se referindo também a Victor, de 6 anos, e Jorge Henrique, de 5 anos. E depois de salvar as crianças, iniciou junto de um vizinho, a batalha contra o fogo. “Foi muito rápido. Joguei um balde de água e as chamas se espalharam mais ainda. Mesmo depois, com a mangueira, não conseguia contê-lo. Quando os bombeiros chegaram já não restava mais nada”, falou ela que acredita que o fogo tenha sido iniciado no disjuntor que fica no quarto.
Segundo Lígia, não restou nada, apenas as roupas que os quatro estavam no corpo. “Não há documentos, fotos, roupas, eletrodomésticos, brinquedos, móveis, nada”, frisou ela que aluga o imóvel. “O dono veio aqui e ficou arrasado. Lamentou, ficou com dó das crianças. Disse para eu esperar e ter paciência, que ele vai consertar tudo”, detalhou ela que ganhou um colchão e uma cesta básica. “Estou dormindo com as crianças nesse colchão, na casa da minha cunhada. Estou comendo lá de favor. As vizinhas emprestaram os uniformes das crianças para meus filhos irem na escola e a escola deu um caderninho para cada”, contabilizou. A dona-de-casa, até ontem estava desempregada, fazia bicos olhando carros, mas uma conhecida lhe arranjou um emprego num restaurante.
“Meu marido me deixou uma pensão. Pagava o aluguel, a água e a energia. Com meus bicos, comprava comida”, lembrou ela que se emocionou, junto da sogra, dona Ivone de Oliveira, ao falar que não havia mais nada. “Não tenho nada. Nada é nada. Nem roupas íntimas, fotos, história”. A sogra acrescentou. “É triste porque vi ela economizar para comprar uma TV para as crianças”. Segundo Ligia, a Prefeitura votorantinense se comprometeu a ajudá-la a retirar novos documentos.
Fonte:Jornal Cruzeiro do Sul.
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