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sábado, 17 de março de 2012

Centro de Santo André fica sem luz por quase quatro horas

A falta de energia elétrica mais uma vez voltou a prejudicar comerciantes e prestadores de serviço da região central de Santo André. Na tarde desta quinta-feira (15), por volta das 14h10, a fiação de um poste localizado na rua Elisa Fláquer entrou em curto-circuito, e deixou sem luz usuários das ruas Álvares de Azevedo, Gertrudes de Lima, Monte Caseros, além de trecho da avenida Portugal. O Paço Municipal também foi afetado.
O incidente foi provocado pelo rompimento de uma cruzeta, suporte de madeira utilizado para isolar os fios de alta tensão. O curto-circuito provocou três fortes estrondos.
A previsão inicial da AES Eletropaulo era que o problema fosse resolvido até as 16h40. Depois, a previsão mudou para 17h30. Às 17h50 a energia elétrica foi restabelecida.
Quem tem comércio na região contabilizou prejuízos e reclamações. “Estamos preocupados, nós temos as máquinas que dependem da energia”, afirmou Miriam Panissa, proprietária de sorveteria na rua Elisa Fláquer, apreensiva durante a falta de luz. “Já registrei tudo. Qualquer coisa, se estragar meus produtos, vou atrás da Eletropaulo”, diz a comerciante.
“Não é a primeira vez que isso acontece. Já chegamos a ficar de três a quatro horas sem energia”, afirmou Adriana Pieralini, proprietária de lanchonete localizada na mesma região. “Quem paga o prejuízo é a gente mesmo. Não tem o que fazer”, acredita Adriana.
Esta é pelo menos a terceira vez apenas em 2012 que a falta de luz afeta a região central de Santo André. Em janeiro, um galho caiu de uma árvore localizada na rua Álvares de Azevedo e atingiu a fiação elétrica, provocando curto-circuito, e desabastecimento na região. Em fevereiro, outra queda de galho provocou problema semelhante.

Manutenção preventiva poderia evitar problema
Parte dos problemas recorrentes de falta de luz poderia ser evitada, de acordo com especialistas. O professor de Engenharia Elétrica do Centro Universitário da FEI, Reinaldo Lopes, diz que imprevistos podem acontecer, mas ressalta que a falta de investimentos em manutenção faz aumentar os riscos de incidentes.
“De uma maneira geral, manutenção é sempre despesa, é considerada gasto desnecessário”, afirma. “A manutenção deve ser atuante, o que as empresas fazem é uma ação corretiva”, avalia o engenheiro.
O professor da FEI aponta, ainda, que a utilização de fiação subterrânea pode diminuir a ocorrência de curtos-circuitos, responsáveis pela série de problemas registrada na região central de Santo André. “No centro expandido de São Paulo, onde a fiação elétrica é subterrânea, esse tipo de problema quase não ocorre”, afirma.
Consumidor pode pedir ressarcimento
De acordo com o Procon, nos casos em que a queda de energia provoca danos a algum aparelho, o consumidor deve procurar a concessionária de energia para solicitar o ressarcimento. A indenização é prevista em resolução da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O prejuízo de quem tem comércio, no entanto, pode ser maior. A falta de energia – mesmo que não resulte em equipamentos queimados –, tem efeitos negativos: queda nas vendas e produtos que podem estragar, por exemplo. Neste caso, o caminho pode ser a Justiça.
“O cliente tem o direito de ser ressarcido de todos os prejuízos”, garante a diretora do Procon de Santo André, Ana Paula Satcheki. “Por ser responsabilidade objetiva do prestador de serviço, basta ao consumidor provar o dano. Como aconteceu queda de energia é inegável que houve prejuízo”, garante.
Investimentos
Em nota, a AES Eletropaulo informou que possui "amplo programa de manutenção de sua rede em todos os 24 municípios de sua área de concessão". Nesta semana, a empresa divulgou balanço de investimentos de 2011. De acordo com a companhia, foram investidos R$ 738,7 milhões no ano passado “na busca contínua pela melhoria dos indicadores operacionais”. O montante representa crescimento de 8,5% em comparação ao ano anterior.
Fonte: Reporter Diário 17/03

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