Moradores das ruas Uirapuru e Juriti, na Vila Joaniza, convivem com uma situação insustentável há quase 20 anos: fios de alta tensão desencapados provocam graves queimaduras e levam jovens para a emergência de hospitais. Henrique Oliveira, de apenas 17 anos, uma das vítimas mais recentes, está internado no Souza Aguiar há 14 dias, após ser eletrocutado quando ajudava seu pai, Ricardo, a fazer obras no terraço.
— Ao subir com uma barra de ferro, ele esbarrou no fio, que fica muito próximo à cobertura. Ele tomou uma descarga de energia de cerca de 13 mil volts. Até semana passada as enfermeiras diziam que meu filho iria perder a mão. Agora ele está melhor e espera a cicatrização da queimadura — contou revoltado, Ricardo, morador há 30 anos do número 8 da Rua Uirapuru.
Kátia Santana, de 48 anos, mora na Rua Juriti e diz que a sua casa, que fica no número 36, e de seu vizinho são as que correm maior perigo. Ela, que trabalha na Associação dos Moradores da Vila Joaniza, contou dois casos: o de um conhecido que morreu eletrocutado e de outro rapaz que, por causa de um incidente no terraço da casa 41, está hoje em uma cadeira de rodas. “Este último perdeu os braços e as pernas há cerca de três anos. Ele levou uma descarga de energia tão grande quando fazia obras no terraço, que foi jogado longe. Nós mesmos, da comunidade, que o ajudamos”, desabafou indignada Kátia.
Mas os incidentes não param por aí. Há dois meses, alguns fios da Rua Juriti pegaram fogo, o que deixou a comunidade apavorada. “O maior perigo era de que os fios atingissem o transformador. Foi muito triste. Muita correria. As pessoas abandonavam as suas casas. O pior eram os estouros fortes quando os fios batiam no chão”, relembrou Ledilson dos Santos Machado, morador há mais de 15 anos da Vila Joaniza. Por sorte, ninguém ficou gravemente ferido.
Para ele e para a maioria dos moradores, o problema está nas presilhas, que unem os cabos e evitam que o vento faça com que um fio esbarre no outro. “Elas estão velhas. A rua vive cheia de crianças. A situação está difícil. Quando chove, não posso nem pensar em chegar perto do meu terraço”, lamentou. Quem mora na Vila Joaniza se queixa da omissão da Light, que apesar dos inúmeros telefonemas à empresa, solicitando ajuda, não obtiveram respostas.
A Light informou ao Ilha Notícias que já registrou a ocorrência como emergência na última quarta-feira (10/11), depois de um telefonema da redação do jornal. A empresa garantiu que vai resolver o problema o mais rápido possível.
Fonte:Jornal da Ilha
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