Um incêndio neste sábado (15/05), no Instituto Butantan, em São Paulo, destruiu uma das mais importantes coleções de animais do mundo. Mais de 500 mil espécies preservadas para pesquisas foram queimadas.
Os peritos chegaram ao Instituto Butantan, em São Paulo, no fim da tarde. Eles vão investigar o que provocou o incêndio que destruiu o acervo de cobras, aranhas e escorpiões. “Um curto circuito ou uma sobrecarga elétrica. Essa é a impressão que dá”, acredita um perito.
Em menos de duas horas, a coleção que começou a ser feita há mais de cem anos pelo cientista Vital Brasil virou cinzas. O clima entre estudantes, pesquisadores e funcionários era de desolação. Alguns corriam para retirar as espécies vivas que estavam no prédio vizinho.
O Instituto Butantan tem 109 anos. Nasceu para combater a peste bubônica e se tornou referência no Brasil em pesquisa científica. Ao todo, 80% dos soros e das vacinas contra venenos distribuídos no Brasil saem de lá. O acervo que se perdeu hoje era o maior do mundo em termos de quantidade.
O curador da coleção, Francisco Franco, faz as contas do prejuízo. “Eram 77 mil cobras cadastradas, mais umas de cinco a sete mil que ainda estavam sendo catalogadas”, afirmou.
Além disso, 450 mil exemplares de aranhas e escorpiões também foram queimados. Cientistas explicam a importância das pesquisas do Butantan. Ao comparar as cobras conservadas com espécies vivas, é possível identificar mudanças no meio ambiente.
“Isto me permite saber como, por exemplo, várias cobras se adaptavam em diferentes ambientes. Isso dá uma série de pistas para a gente entender como foi evolução da vida. A partir do estudo desses animais, eu começo a perceber as ameaças e os riscos de mudanças ambientais e de mudanças na biodiversidade do planeta”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadante.
“Tudo o que se podia falar sobre biodiversidade, ecologia, biologia, distribuição geográfica, qualquer assunto a respeito de cobras a gente tirava o conhecimento desses vidros, dessas cobras colecionadas. Hoje nós não temos mais nada”, lamentou o curador da coleção, Francisco Franco.
Fonte: Jornal Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário